Representantes dos órgãos responsáveis pelo monitoramento do trânsito em Rio Branco, Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e Polícia Militar, foram recebidos na sede do Ministério Público do Acre (MP/AC), na tarde de ontem (31), pelo promotor de Justiça Glaucio Ney Shiroma Oshiro. Na ocasião, foi apresentado todo o trabalho de estatística dos acidentes de trânsito na cidade de Rio Branco no ano de 2011. O objetivo do encontro foi discutir propostas de educação e fiscalização eletrônica em determinados pontos da cidade, visando ao aprimoramento da segurança no trânsito, à diminuição da incidência de colisões, proporcionando maior fluidez no tráfego de veículos nas vias públicas.
Na reunião, o analista criminal do Comando de Policiamento Operacional (CPO1), sargento Alexon Garcia, demonstrou onde se concentram os pontos de acidentes em Rio Branco. Ele destaca que o estudo realizado pela Polícia Militar serve para auxiliar a fiscalização, educação e engenharia de trânsito. “Nós prestamos informações para direcionamentos de policiamento e também gestão de políticas públicas referentes à sinalização de fluxo e contra fluxo de veículos, melhoria de vias públicas etc.”.
Na ocasião, foram apresentados slides explicativos sobre os acidentes com vítimas fatais, lesões corporais e colisões, que ocorreram em Rio Branco no ano passado. Esse monitoramento é realizado pelo Detran, por meio do Programa de Informática com Sistema de Informação Geográfica (ArcGis). “Após o atendimento da ocorrência, o ArcGis mapeia o local, a data e a causa do acidente”, explica a Diretora-Geral do Detran, Sawana Carvalho.
Em Rio Branco, cerca de 1800 a 2000 veículos entram no estado todo mês. “Rio Branco tem visto crescer sua frota assustadoramente nos últimos anos, o que ocasiona todo esse congestionamento e esse caos no trânsito”, assegura o promotor Glaucio Ney Shiroma. Segundo ele, o mapeamento dos acidentes e dos locais onde eles mais ocorrem traz novas informações para subsidiar os procedimentos administrativos do Ministério Público.
O Detran efetivará o retorno da fiscalização eletrônica em pontos estratégicos onde ocorrem mais colisões: faixa de pedestres, avanço de semáforo/ travamento nos cruzamentos e o monitoramento do excesso de velocidade. Segundo Sawana Carvalho, essas ações de segurança e educação pretendem impor conscientização e respeito às normas de trânsito para que haja diminuição na quantidade de acidentes. “Queremos um trânsito mais seguro e, para isso, temos o amparo legal do Ministério Público. Ele fortalece muito a ação de fiscalização”. A Diretora-Geral do Detran ainda afirma que os órgãos fiscalizadores de trânsito não têm o desígnio de arrecadar valores por multas, mas busca principalmente impor respeito às normas e à cidadania no trânsito.
Nas propostas de educação e fiscalização eletrônica, o Ministério Público atua no auxílio na construção de uma política pública. O procedimento envolve três promotorias: Promotoria de Habitação e Urbanismo, Promotoria de Direitos Humanos e Promotoria de Saúde Pública. “Segundo os dados do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), mais de 90% dos casos de internação no setor de ortopedia é decorrência de acidentes de transito. Daí a importância da Saúde Pública também estar dentro desse procedimento”, esclarece o promotor de Defesa da Saúde, Glaucio Ney Shiroma Oshiro.